“O mercado vai ter que buscar outros indicadores econômicos para demonstrar seu humor.” Com essa afirmação Mario Dal Zot, presidente da Anapetro chama atenção para algo que pode parecer ser um paradoxo, que é uma associação de acionistas da Petrobrás defender o papel da estatal como empresa indutora do desenvolvimento do Brasil ao invés de estar preocupada com o valor e lucro das suas ações. Dal Zot explica que os associados da Anapetro estão longe de ser aquele tipo de acionista imediatista e especulador, e que representam o contrário dessa imagem de investidor, eles estão preocupados com o futuro da empresa e sua existência a longo prazo.
A discussão foi levantada depois da reação do mercado, Ibovespa caiu 2,5%, aos 110.725 pontos e o dólar bateu R$ 5,33, à declaração do presidente eleito Lula, “Se, quando eu terminar o mandato, cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando, outra vez serei o político mais feliz da vida”. O mercado se manifestou e Lula rebateu com as seguintes perguntas, “Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a responsabilidade fiscal deste país? Por que falam toda hora que é preciso cortar gastos, fazer superávit, cumprir teto de gastos? ”, disse. “Por que a gente tem meta de inflação e não de crescimento? ”
A posição da Anapetro segue em defesa da Petrobrás com a recuperação do que foi destruído pelo governo ultraneoliberal que finda agora. A atenção deve estar voltada para o que grita por socorro que é o regresso massivo da fome, a degradação do sistema científico, o desastre ambiental e humano produzido intencionalmente na Amazônia, o agravamento das desigualdades sociais e as cada vez mais precárias condições de trabalho, além dos sucessivos massacres da população das periferias. Pois, a dignidade do povo deveria ser imprescindível e não analisada como economicamente inviável.