Nota da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras – ANAPETRO
Rio de Janeiro/RJ, 08 de agosto de 2025.
Retomada da distribuição de gás de cozinha é vitória estratégica, mas Petrobras precisa avançar também para a distribuição de combustíveis na reconstrução da verticalização e da soberania energética nacional.
A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras – ANAPETRO comemora decisão do Conselho de Administração da Petrobras que autoriza o retorno da companhia à atividade de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP). Trata-se de uma medida estratégica, que responde a uma demanda histórica dos movimentos sociais, sindicais e de defesa do consumidor, além de ser essencial para a reconstrução da soberania energética nacional.
A venda da Liquigás e da BR Distribuidora durante os governos Temer e Bolsonaro desmontaram a verticalização da Petrobras, afastando a empresa do consumidor final. “A saída da empresa da distribuição, tanto de gás quanto de combustíveis líquidos, comprometeu sua capacidade de coordenar políticas de preços, fortalecer a concorrência e garantir segurança energética à população. A reversão desse processo não é apenas desejável: é necessária”, afirma Valnísio Hoffmann, presidente da Anapetro.
Sem presença direta no mercado de distribuição pela estatal, o consumidor passou a depender da atuação de agentes privados que, na ausência de mecanismos eficazes de controle, priorizam a lógica do lucro em detrimento do interesse público.
Nesse contexto, a recente notificação da Secretaria Nacional do Consumidor – Senacon, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que apura indícios de prática abusiva de preços por distribuidoras de gás canalizado e GNV, confirma esse desequilíbrio. Mesmo com queda dos insumos no mercado internacional, os preços ao consumidor final não acompanham essa tendência, porque falta regulação ativa e presença pública no setor.
A retomada da distribuição de gás, portanto, é um movimento estratégico acertado da atual gestão da Petrobras. Mas é apenas o começo. É urgente que a Companhia recupere também sua presença na distribuição de combustíveis líquidos, recompondo sua cadeia produtiva de forma integrada e retomando o papel de referência nacional que a BR Distribuidora (atualmente Vibra) representava.
A verticalização da Petrobras é condição essencial para o planejamento estratégico de longo prazo, a redução da volatilidade de preços, o fortalecimento do mercado interno, a preservação da soberania energética brasileira e a saúde financeira da Petrobras.
Hoffmann, Presidente da ANAPETRO defende que “Reintegrar a cadeia de produção, logística e comercialização não é apenas uma questão de eficiência empresarial, mas também um caminho importante para fortalecer políticas públicas voltadas ao acesso justo à energia. Trata-se de um bem essencial à população, cuja regulação e fornecimento equilibrado, acessível e alinhado ao interesse público devem contar com a presença ativa e estratégica da estatal e do Estado.
Por isso, a ANAPETRO defende que a atual gestão da companhia avance, com coragem e compromisso público, na reconstrução da sua presença em todos os elos estratégicos da cadeia energética nacional. Uma Petrobras forte, integrada e voltada ao interesse coletivo é um pilar fundamental para o desenvolvimento do Brasil.
Verticalizar a Petrobras é reconstruir a soberania energética nacional e democratizar o acesso dos brasileiros à energia mais barata.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PETROLEIROS ACIONISTAS MINORITÁRIOS DA PETROBRAS – ANAPETRO