Eleição torna definitiva, por quatro anos, a direção provisória da associação

Com mandato de quatro anos, diretoria reconduzia da Anapetro pretende continuar lutando pelos interesses nacionais e contra a privatização da Petrobrás (Foto: Reprodução FUP)

Por Andreza de Oliveira

Em assembleia na noite da última terça-feira (03), a Associação Nacional dos Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) definiu os candidatos definitivos para presidir a entidade com mandato de quatro anos. Foram designados cinco membros para o Conselho Deliberativo, três para o Conselho Fiscal e cinco para Direção Executiva, ambos com o mesmo número de suplentes.

A chapa vencedora reconduziu a maior parte dos diretores, que antes ocupavam postos provisórios, dando a possibilidade de dar continuidade ao trabalho que já havia se iniciado na campanha e divulgação da Anapetro, agora de uma forma efetiva. 

“Com a Anapetro conseguimos legitimidade para representar os petroleiros associados nos diversos fóruns públicos, coisa que as entidades sindicais não tinham, e podemos assim lutar pelos interesses de quem acredita na empresa a longo prazo”, explicou Mario Dal Zot, petroleiro e presidente da Diretoria Executiva da entidade.

Durante a assembleia, houve também um bate-papo com os participantes que abordou, de forma sintetizada, as motivações para a criação da associação – que representa, desde 2020, os acionistas que prezam pela sobrevivência da Petrobrás.

“A Anapetro não pensa no curto, mas sim no médio e longo prazo porque quer que a empresa sobreviva … isso faz com que a associação não esteja restrita a geração de lucros para acionistas, mas sim a geração de externalidades positivas para a economia do país como um todo”, afirmou, durante apresentação na plenária, o pesquisador e economista Henrique Jager, que assessora a entidade.

Exemplo para outras categorias

Além do burburinho que causou em diversos meios de comunicação, a Anapetro também foi pioneira e serviu de referência para eletricitários e bancários se organizarem na fundação de outras associações de trabalhadores acionistas.

Assessor em assuntos jurídicos da Anapetro pelo Escritório Garcez, Rodrigo Salgado explicou, durante a assembleia, que a fundação da associação é histórica na tomada do direito para os trabalhadores opinarem, de outras formas, em grandes companhias. 

“São ações muitas vezes não centrais nas lutas dos trabalhadores, mas agregam muito para começarmos a entender como a gestão da companhia é direcionada a curto prazo … É uma forma de instrumentalizar questões que são colocadas, muitas vezes, para inglês ver”, afirmou o advogado.

Prestes a poder entrar com ações civis públicas e demandas específicas em órgãos de fiscalização, a Anapetro se aproxima do estabelecimento de relações com investidores, o que é muito importante para a entidade. “Órgãos reguladores são obrigados a escancarem determinadas situações, como a manipulação no preço da ação da Petrobras, que gerou a nossa denúncia. No nosso caso, a ideia é mostrar que nossos associados estão de olho na gestão corporativa da empresa”, esclareceu Salgado.

Também advogado da entidade, para Ângelo Remédio é importante uma atuação da associação junto a demais entidades, como a dos eletricitários e a dos bancários. “Porque aí a Anapetro não só defende os acionistas minoritários e trabalhadores da Petrobrás, como faz um debate com a sociedade sobre o que estão fazendo com a empresa e quais rumos a companhia está tomando”, finalizou. 

Continuidade de atuação da Anapetro

Apesar de ser formada por acionistas, o papel da associação é defender os interesses dos trabalhadores e dos brasileiros, como comentou o petroleiro e diretor do Conselho Deliberativo, João Moraes: “Temos objetivos com os acionistas de longo prazo, com interesses profundos no Brasil e no bem estar de nossa população e no direito dos trabalhadores”.

Mesmo com apenas pouco mais de um ano desde sua fundação e com pouca estrutura, a associação alçou voos para fora da categoria petroleira. “A Anapetro fez muito com a pouca estrutura que tinha, falando para fora da bolha, o que deixa claro porque foi construída”, comentou o petroleiro e também diretor do Conselho Deliberativo, Fernando Maia. 

Em andamento ao que foi iniciado com a gestão provisória, a Anapetro tem muito claro os pontos pelos quais pretende continuar lutando, o compromisso ainda é o mesmo: manter uma Petrobrás pública e que cumpra com os interesses de seu principal acionista, o povo brasileiro.

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